quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dificuldades com Internet

analfabetoOs grupos de interpretação foram criados com um objetivo claro e bem específico: compartilhar ideias e material usado para interpretação de textos em inglês, português e espanhol. Dentro de sua proposta inicial pode-se dizer que obtivemos sucesso absoluto, pois é o que fazemos  – principalmente. E digo “principalmente” porque há problemas recorrentes que a despeito de haver esse blog aqui para solucioná-los,  continuam teimando em aparecer no grupo.

Não quero ser chata nem grosseira, tenho bastante paciência e sempre me disponho a ajudar, mas se os colegas têm pouco tempo livre eu sofro do mesmo mal e não pretendo gastar o meu pouco tempo livre ajudando quem não quer se ajudar.

A internet é uma realidade

Brigar com a internet, considerá-la nociva ou simplesmente ignorá-la me parece uma atitude reacionária que não combina com nossa profissão. Hoje temos milhares de recursos para o ensino e aprendizado na internet, livros e cursos à distância e tudo leva a crer que essa tendência, ao invés de regredir, irá firmar-se e expandir-se cada vez mais.

Como professores temos que investir tempo, dinheiro e esforço em nossa capacitação profissional. Não se entende hoje um professor que não saiba pelo menos se virar com as novas tecnologias. Não é necessário ser um expert, mas é necessário saber enviar um anexo de email, encontrar o que se precisa em um site, fazer download ou upload de um arquivo. E eu disse (vejam bem) – necessário. Para quem quer progredir ou mesmo manter-se nessa profissão, “não saber”, “não conseguir”, “ser uma negação” e afins não são opções viáveis. A internet está inundando todo o nosso universo profissional (e também nossa vida pessoal) e se não aprendermos a nadar iremos submergir e afogar.

Capacitação

Entendo que os professores associam-se a grupos como os nossos para melhorarem em sua área de atuação, fornecendo material diversificado e de qualidade a seus alunos, facilitando sua função e otimizando resultados junto a eles.

Mas para que isso aconteça, cada um é responsável por sua adequação à forma de participação e atuação nos grupos. O que eu não entendo é que alguém se filie a um grupo e não se mexa para aprender a utilizar seus recursos.

Analfabeto digital?

Se temos o analfabeto funcional, nosso principal público alvo quando nos propomos a ensinar técnicas de interpretação, também encontramos os analfabetos digitais, que são pessoas que não estão acompanhando a velocidade com que a tecnologia se propaga e é assimilada pelos diversos setores de nova vida profissional e pessoal.

Se hoje quem não sabe acessar sua conta bancária pela internet e só consegue acessá-la via caixa eletrônico com ajuda já tem problemas, maiores ainda virão quando os bancos perceberem que ter agências virtuais e atendimento 100% informatizado cortará custos e reduzirá drasticamente o número de funcionários.

Em um futuro não muito distante creio que faremos praticamente tudo pela internet (não só preferencialmente, mas exclusivamente) e sem ajuda porque não haverá pessoal disponível para nos auxiliar.

A internet, além de nos fornecer ferramentas para fazermos o que queremos quando quisermos, também nos joga um “vire-se” bem grande na cara. Ou você se vira ou não vai fazer, porque não há ninguém para fazer por você.

O que fazemos pela internet

Quando fui me aposentar fui informada de que o INSS não faz mais a contagem para saber se eu já tinha tempo de contribuição para solicitar minha aposentadoria. A mocinha que me atendeu me deu um papel com o endereço do site onde eu deveria entrar e inserir os dados de minha carteira profissional e o site calcularia meu tempo de serviço. Ou seja: vire-se.

Já temos lojas como Dell e Submarino que só existem no mundo virtual. Não podemos ir lá para escolher. Se quisermos comprar tem que ser pela internet. E quantas lojas irão em um futuro próximo perceber que tendo apenas lojas virtuais estarão cortando gastos e obtendo mais lucro?

Professora X baby-sitter

Eu já escolhi minha profissão e ser “baby-sitter” nunca me atraiu. Eu até faço tutoriais porque compreendo que nem todos são auto-didatas e a maioria necessita de instruções para aprender. Mas também entendo que para aprender tem que haver vontade e esforço. Quem não quer e nem se esforça não vai aprender. Quem se escora na desculpa batida e esfarrapada do “não consigo” está zombando da minha inteligência.

Quem lê um tutorial e me diz “não consigo” está tentando me convencer de que o computador dele só de malandragem se recusa a reagir como todos os outros computadores, só para sacaneá-lo. Quem me diz “no meu não aparece isso” está tentando me convencer de que a internet tem duas formas de reagir: uma para essa pessoa específica e outra para o resto dos mortais.

Eu entendo que uns têm mais dificuldades que outros, mas cabe a cada um esforçar-se na medida necessária para conseguir o que todos conseguem se tentarem. Quando alguém me diz “não consigo, me ajude” na verdade está enviando uma mensagem diferente e nada agradável:

- Meu tempo é precioso e não vou desperdiçá-lo tentando fazer algo que você pode fazer por mim.

Será que essa pessoa pensa que o tempo dela é mais precioso que o meu? E por que eu deveria empregar o meu tempo para fazer algo que outra pessoa precisa, se até ela achou que seria um desperdício de tempo?

Valores iguais

Se o seu tempo vale dinheiro, o meu vale tanto quanto o seu. Se executar determinadas tarefas para você demanda esforço, o mesmo vale para mim. Sejamos justos: eu não estou aqui para servir ninguém, só estou aqui para ajudar. Se você não sabe a diferença entre ajudar e servir, por favor, consulte um dicionário ou use seu bom-senso.

“Ah, mas eu não sei fazer e você sabe.” Mas ninguém nasceu sabendo. Quando eu nasci nem existia computador. Quando comecei a usá-los não sabia nem como ligar. Não sabia onde estava o processador de textos e mais de 100 vezes comecei outro documento do zero porque o que eu estava fazendo “sumiu” porque eu acidentalmente toquei em uma tecla e abri outra página. Todos passamos por essa fase, mas eu me esforcei, aprendi e superei. Cabe a cada um fazer o mesmo. Ou não.

Pague o preço

Se você não quer aprender, se pretende seguir pedindo ajuda e escondendo-se atrás de falsas desculpas, o problema é seu. E até onde eu entro nisso, continuará sendo problema seu. Não tente transferir seu problema para mim, porque eu já tenho os meus.

Você quer aprender? As ferramentas estão aqui no blog. Você não quer aprender? Então pague o preço pela sua atitude, que provavelmente será cada vez mais pesado.

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